Dia Nacional de Prevenção das Arritmias: cardiologistas reforçam importância do diagnóstico precoce


Três cardiologistas e eletrofisiologistas realizam ablação, a correção de arritmia em paciente, no IMC de Rio Preto (foto: divulgação/Intermídia Comunicação)

A pessoa caminha na rua e, de repente, sente palpitações intensas no peito, tontura, falta de ar e começa a perder a consciência. Ela está tendo uma arritmia cardíaca grave e, provavelmente, em segundos o coração, que batia normalmente, irá para de funcionar.

Esta cena repete-se todos os dias no Brasil. E é para evitar cada vez mais que aconteça que é celebrado nesta quarta-feira (12 de novembro) o “Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita”, em torno do qual acontece a campanha “Coração na Batida Certa”, que mobiliza os profissionais do IMC – Instituto de Moléstias Cardiovasculares, de Rio Preto e de várias instituições de saúde do país.

“Como centro de referência no tratamento de arritmias para nossa região e até o Estado de São Paulo, atendemos muitos pacientes que não precisariam ter tido o problema se fizessem os exames preventivos periodicamente. Por isso, a importância de a população saber cada vez mais sobre as arritmias cardíacas”, afirma o cardiologista e eletrofisiologista do IMC Dr. Eduardo Palmegiani.

Ele explica que, em seu estado normal, chamado de ritmo sinusal, o coração se contrai ritmicamente, em consequência dos disparos elétricos, de forma regular. Quando não há essa regularidade, ocorre uma alteração do ritmo cardíaco, conhecida como arritmia. “Se for rápida e totalmente irregular, pode estar relacionada à fibrilação atrial – o tipo mais prevalente de arritmia cardíaca, que afeta cerca de 2 milhões de brasileiros. As arritmias representam grande perigo principalmente para os que já tiveram um infarto ou têm doença cardíaca”, pontua o cardiologista do IMC.

Cardiologista teve arritmia cardíaca quando jogava futebol

É justamente por ter ciência de que tinha esta alteração e os riscos que corria que o cardiologista João Daniel Bilachi Pinotti, de 38 anos, evitou ser mais uma vítima a compor as tristes estatísticas. Ex-atleta de futebol na adolescência, a saúde e condicionamento físico em dia não impediram que, em 2015, descobrisse a alteração no ritmo do coração, em exames no IMC. Exames complementares revelaram ter uma causa genética, que podem provocar arritmias malignas, que culminam em parada cardíaca.

A equipe do IMC implantou um CDI no peito, desfibrilador que regulariza o ritmo do coração quando ocorre a arritmia. Há cerca de 20 dias, quando jogava futebol com amigos, o médico teve uma arritmia, impondo ritmo de parada cardíaca. “Felizmente o CDI deu o choque, desfibrilou o coração e me salvou. É fundamental que a população saiba cada vez mais sobre as arritmias cardíacas, assim como todas as doenças cardiovasculares assintomáticas”, afirma Pinotti.

Os números no Brasil demonstram a importância da sociedade está informada. As arritmias cardíacas afetam cerca de 20 milhões de brasileiros, de acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), coordenadora da campanha “Coração na Batida Certa”.

Em apenas três anos (2019 e 2023), mais de 283 mil pessoas foram internadas por causa de arritmias, com casos crescendo progressivamente e atingindo 74.500 internações em 2023, segundo o Ministério da Saúde.

A morte súbita cardíaca, no entanto, é o desfecho mais comum a quem sofre uma arritmia. A Sobrac estima que entre 250 mil e 350 mil pessoas morram por ano no Brasil. “A maioria não sabia ter uma doença cardíaca. Em 80% dos casos, ela está relacionada a doenças coronarianas e arritmias ventriculares malignas”, ressalta o cardiologista do IMC.

Outro dado sobre as mortes súbitas demonstra porque são tão importantes a prevenção e o conhecimento sobre estes problemas cardíacos. Mais de 95% das mortes súbitas ocorrem fora do ambiente hospitalar. “Por isso, saber como agir ao presenciar uma pessoa tendo os sintomas pode garantir que ela seja atendida rapidamente no local e levada a um serviço especializado, como o IMC”, diz Dr. Eduardo Palmegiani.

Segundo o cardiologista, quando as manobras de ressuscitação são iniciadas imediatamente e em até sete minutos após a parada cardíaca, mais da metade dos pacientes pode ser salva. A sobrevida de pessoas que sofrem uma parada cardíaca pode ser totalmente modificada quando se utiliza adequadamente o desfibrilador automático, cada vez mais presente em muitos locais públicos.

Após o atendimento inicial, a pessoa é levada para um centro especializado no diagnóstico e tratamento das arritmias.

O IMC conta com uma equipe de três cardiologistas eletrofisiologistas especializados nos mais modernos procedimentos terapêuticos, entre eles, a eletrofisiologia invasiva, que permite mapear com precisão as alterações elétricas do coração, para que em seguida corrijam o funcionamento do órgão utilizando os mais modernos procedimentos, como a ablação por radiofrequência, a crioablação e a ablação por campo pulsado. “Esta última, um procedimento de última geração, destrói o tecido de forma mais rápida e segura, preservando as estruturas do coração que estão saudáveis”, detalha Dr. Eduardo.

Dr. Eduardo Palmegiani (foto: divulgação/Intermídia Comunicação)

Para diagnosticar as arritmias, a equipe multidisciplinar do IMC dispõe de exames como eletrocardiograma (ECG), Holter de 24 horas, monitor de eventos, teste ergométrico e estudo eletrofisiológico, que avaliam o ritmo cardíaco em repouso e sob esforço. Equipamentos de alta precisão e softwares de análise digital nos permitem identificar alterações mínimas e definir o tratamento mais adequado para cada paciente.

“A tecnologia tem revolucionado o tratamento das arritmias. Hoje conseguimos diagnosticar com extrema precisão e tratar com métodos minimamente invasivos, oferecendo muito mais segurança e eficácia ao paciente”, destaca o cardiologista do IMC.

A importância da prevenção

Assim como o infarto, as arritmias podem ser evitadas e controladas com algumas medidas preventivas como reduzir o estresse, ter uma alimentação balanceada, rica em legumes, frutas e verduras, não exagerar no consumo de bebidas alcoólicas e de energéticos, não fumar e praticar atividades físicas regularmente.