Com uma série de influências que remetem aos anos 60, está disponível desde o final de setembro em diversas as plataformas digitais a canção “7 x 1”. De autoria do cantor e compositor mirassolense Adriano Amendola, em parceria com a banda rio-pretense “A Estação da Luz”, o hit já conta com mais de 10 mil visualizações no Facebook, principal rede social utilizada para a divulgação do conteúdo.
E se todo arranjo foi feito de forma a lembrar os ídolos do passado, a letra também não poderia deixar a desejar. Em uma clara menção ao fatídico placar amargado pela seleção brasileira diante da alemã durante a Copa do Mundo de 2014 sediada no Brasil, a letra de “7 x 1” traça um paralelo entre a realidade vivida em campo e a dos dias atuais. E se outrora o principal lema dos brasileiros era o de que “política não se discute”, hoje a realidade é outra. Foi em meio a um cenário de polarização, às vésperas das eleições presidenciáveis que o músico decidiu se posicionar artisticamente, entoando por meio da canção uma mensagem clara: se no final do tempo um dos “times” ganha, no tempo corrido de jogo muito já foi perdido.
Adriano sempre gostou de abordar sobre política em suas músicas, até mesmo as composições que ao primeiro olhar soam mais “romantizadas” possuem mensagens que refletem sobre a realidade social. Para adquirir mais conhecimentos ele cursou Ciências Sociais, época em que pôde ter mais contato com o universo acadêmico e conhecer diferentes contribuições de pensadores mundiais sobre questões que assolam a todas as realidades e que há muito tempo vêm sendo refletidas.
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Em um bate-papo com a equipe de reportagem do Mirassol Conectada, o artista falou não somente sobre sua inspiração para trabalhar em “7 x 1”, mas também sobre a nova fase que está vivendo. Segundo ele muita coisa nova vem por aí, os próximos trabalhos devem ser lançados de forma semelhante ao último, com áudio e vídeo.
A conversa aconteceu durante uma tarde de muito café e além de nos apresentar um pouco sobre seu olhar político, Adriano também falou sobre as parcerias profissionais e trabalhos futuros. A entrevista disponibilizamos na íntegra, logo abaixo. Vale à pena conferir!
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Confira a entrevista:
CONTE UM POUCO SOBRE SUAS REFERÊNCIAS E INSPIRAÇÃO PARA COMPOR A MÚSICA.
O engraçado é que eu escrevi essa música no começo do ano, esse ano está sendo tão intenso que muitas coisas já mudaram, de lá pra cá e coisas que a gente nem imaginava aconteceram. Eu já venho me preocupando com tudo isso faz tempo, desde que se começou falar em crise e pelos rumos que a política começou a tomar. As pessoas estavam se sentido descontentadas com a política há umas duas eleições, principalmente aquela parcela da população que não estava sendo contemplada, porque a gente ficou muito tempo no poder com um populismo de esquerda, que atendeu uma parte da população, mas não todo mundo, então essa parte que não estava sendo contemplada começou, claro, a se revoltar, o que é natural. O problema é quando isso começa a tender para um extremismo, todo extremismo é burro, todo extremismo é ruim. Então a gente teve uma radicalização da política de lá para cá e muitas coisas que foram conquistadas no campo da liberdade individual e de expressão a gente tá começando a perceber que está em jogo e que a gente está perdendo.
O QUE VOCÊ ESPERA QUE A CANÇÃO “7 A 1” TRANSMITA PARA AS PESSOAS QUE ESTÃO OUVINDO?
Eu não sou militante de nenhum partido e nem pretendo também porque acho que todo mundo tá de saco cheio de militância já e um dos motivos dessa onda de conservadorismo e desse retrocesso é pelo próprio excesso de militância que as pessoas tiveram que ouvir ultimamente. Mas a mensagem que eu passo é para as pessoas realmente refletirem sobre o processo histórico, começarem a pesquisar mais, estudar mais e não chegar tomando conclusões com base em fake News, preconceitos, serem mais tolerantes mesmo, pra gente voltar com debate saudável como acontecia antigamente. As pessoas com opiniões opostas sentavam e conversavam respeitosamente e é assim que a gente vai chegar em soluções realmente plausíveis, que realmente dê bons frutos. Do jeito que está agora vai ser só treta, não vai mudar nada.
SOBRE A PRODUÇÃO ARTÍSTICA, COMO FOI PENSAR SOBRE O CLIPE E COMO SURGIU A IDEIA DE PARCERIA COM A BANDA ESTAÇÃO DA LUZ?
A parceria com a Estação da Luz não foi nenhuma novidade, eu já tinha gravado com eles há alguns anos, logo que eu comecei a trabalhar sozinho. Como ninguém faz nada sozinho eu convidei eles justamente por terem esse conhecimento maior sobre equipamentos que eram usados na época dos Beatles, Rooling Stones, Creedence… eu gosto muito dessa coisa dos hippies, dos anos 60 e eles [A Estação da Luz] tem um bom conhecimento técnico dessa época, os arranjos deles remetem. Eu gosto de ter uma sonoridade que remeta a esse período. Sobre a produção artística eu não posso deixar de citar todos os parceiros que eu tive, que foi a H3C que fez o vídeo e a Prime Mídia, que é o estúdio de gravação que fez a captação e também o William Nacar que fez a masterização, a mixagem da música. Ele mora nos EUA e fez tudo isso com os equipamentos analógicos que ele tem lá, para dar uma sonoridade mais ainda da época. É tudo trabalho em equipe, por mais que algumas ideias fundamentais tenham saído da minha cabeça, mas nenhum trabalho é concluído com sucesso sozinho, a gente sempre depende de outras pessoas que entendem de cada área ali… que vai lapidando, cada um vai dando sua contribuição do que entende para chegar ao melhor resultado. Tenho que agradecer a todo mundo que me ajudou, eu tive vários apoiadores bem legais.
TANTO A CANÇÃO QUANTO O CLIPE FORAM DIVULGADOS JUNTOS?
Eu pretendo trabalhar só assim, hoje em dia não existe mais lançar só o áudio, é tudo em conjunto. Antigamente eu lançava um EP com seis músicas, hoje em dia eu prefiro lançar a música e o clipe ao mesmo tempo. E outra coisa, apesar da sonoridade dos anos 60, eu não desprezei em nenhum momento as influências atuais como MacDemarco, Tame Impala, não dá pra viver só de nostalgia, o legal é pegar o velho, misturar com o novo e transformar em algo diferente. São fusões que vão criando novidades.
COMO ESTÁ SENDO A ACEITAÇÃO DO PÚBLICO?
Do jeito como foi agora já teve cerca de 10 mil visualizações no Facebook, antigamente eu gravava um EP e tinha que ficar pedindo pro pessoal ouvir, dessa vez não! A publicação teve muito alcance orgânico, espontâneo. Muitos veículos de comunicação me procuraram para fazer matéria, o que eu achei muito bacana.
ESSE CLIPE MARCA UMA NOVA FASE OU É MAIS APROPRIADO REFERIR A ELE COMO UMA CONTINUIDADE DE UM TRABALHO QUE JÁ VEM SENDO FEITO?
Com certeza é um divisor de águas porque a projeção eu ele alcançou foi muito maior que os meus trabalhos anteriores. Engraçado que eu sempre escrevi sobre política, mas isso estava fora de moda e agora está ficando quase obrigatório falar sobre, até entre as pessoas que não acompanhavam. Pela primeira vez eu expus tão claramente uma opinião, então com certeza isso vai ser um divisor de águas sim. Daqui para frente a tendência é que eu trabalhe cada vez mais com multimídias, com vídeo, pretendo lançar meus trabalhos de forma mais completa e tradicional.
Gostou? A canção “7 x 1” e outras de autoria de Adriano Amendola estão disponíveis nas plataformas Deezer e Spotfy, para conferir o clipe basta acessar o Youtube.
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Clique aqui para acompanhar o canal de Adriano Amendola no Youtube.
FICHA TÉCNICA Direção: H3C – https://www.facebook.com/SejaH3C/
Roteiro: H3C e Adriano Amendola
Produção do clipe: H3C
Produção musical: Prime Mídia – https://www.facebook.com/PrimeMidiaRP/
Mixagem e Masterização: William Nacar – https://www.instagram.com/willnacar/ Participação especial no clipe: Julia Ortunho Muelas