Por Adriano Nascimento
As consequências sociais e econômicas devastadoras da pandemia de Covid 19 demonstram a importância do auxílio emergencial para a subsistência de boa parte da população que já passava por dificuldades mesmo antes do desastre sanitário.
Cerca de 10% dos brasileiros com a menor renda nacional – mais de 21 milhões de pessoas – tiveram os R$ 600 como única fonte de renda para garantirem seus sustentos. Em 2020, quase 80% do valor total do auxílio foi destinado a compra de alimentos e ao pagamento de contas dos beneficiários, segundo o Datafolha.
O auxílio emergencial atendeu mais de 68 milhões de pessoas em 2020 e ajudou a evitar que o colapso econômico no país fosse ainda mais acentuado. Entre economistas, o auxílio é apontado como política determinante que impediu uma queda maior do PIB em 2020. Ou seja, não fosse o auxílio, a recessão ligada à pandemia teria sido ainda mais profunda no Brasil.
De acordo com o Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (MADE) da faculdade de economia da USP, sem o benefício, o PIB teria caído cerca de 15% em 2020. A extinção do auxílio causou impacto direto e imediato, pois diminuiu o poder de consumo das famílias acarretando em queda da atividade econômica e agravando o grau de vulnerabilidade dos mais pobres. Imediatamente após o fim do programa de transferência de renda, milhões de brasileiros e brasileiras retornaram para a linha da extrema pobreza.
O retorno do auxílio emergencial é urgente, pois se trata do direito de o povo poder comer ou não.
Muita gente, por falta de informação ou por encantamento ideológico com o cruel neoliberalismo vigente, não compreende que programas de transferência de renda e política fiscal expansionista focada em aumento dos investimentos públicos, são importantes para a geração de emprego e aquecimento da economia, principalmente em momentos de crise, e reproduz a seguinte pergunta, que é válida, mas que é usada como bengala por aqueles que não fazem política para a maioria do povo brasileiro: De onde vem o dinheiro, é viável termos o auxílio emergencial?
O auxílio emergencial gera na economia o que é conhecido como efeito multiplicador, fomentando o consumo no comercio local, como farmácias, açougues, mercadinhos dos bairros, isso gera emprego e aquece a atividade econômica local. A cada R$ 1 investido em políticas de transferência de renda gera aumento de R$ 1,78 no PIB, aponta estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Muitos já perderam as esperanças de conseguir um emprego e relatam falta de perspectiva de melhoria de vida. É preciso exigir soluções, seja a nível federal, estadual ou municipal em relação a politica de renda para que possamos superar o caos, a fome e tudo que o desespero causa de ruim na sociedade.