Com o aumento da temperatura média nessa época do ano, é muito comum que as piscinas de condomínios, clubes e residências passem a ser muito mais utilizadas. Esses equipamentos merecem atenção quanto a sua inspeção e manutenção com o objetivo de evitar acidentes em piscinas, que muitas vezes envolvem instalações inadequadas.
Dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) mostram que o afogamento é a segunda causa de morte entre crianças de 1 a 9 anos, ficando atrás somente de acidentes de trânsito. Ainda de acordo esses dados, metade dos casos aconteceram em piscinas, tendo a sucção da bomba como principal causa, que faz de vítimas crianças de até 12 anos que sabem nadar.
Em casos de condomínios e clubes, eles tem a obrigação de garantir a segurança dos banhistas por meio de várias medidas, com a segurança das instalações, balneabilidade da água, o aspecto sanitário e o comportamento responsável e defensivo dos usuários.
Em relação ao comportamento preventivo, o Ibape/SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias em Engenharia de São Paulo), recomenda que as informações aos banhistas devem ser dispostas em local e tamanho visíveis, inclusive com ilustrações compreensivas a analfabetos, contemplando advertências e orientações ao comportamento responsável e defensivo na piscina.
Segundo a Diretora do Ibape/SP e engenheira civil Rejane Saute Berezovsky, um dos principais cuidados é com relação ao risco de sucção, feito pelo sistema de drenagem e tratamento da água do tanque, disposto abaixo da linha d’água, ofertando ao banhista vários riscos, podendo causar inclusive a morte. “Recomendamos o uso de tampas antiaprisionamento ou tampas não bloqueáveis, que cubram o dreno de fundo, como consta na cartilha de Inspeção Predial – equipamentos e espaços de lazer” – frisa Rejane.
A cartilha elaborada pelo Ibape pode ser baixada gratuitamente através do endereço: http://www.ibape-sp.org.br.
RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA PARA PISCINAS PÚBLICAS:
- Salva-vidas identificado e trajado (podendo ser professores de natação), devendo ser treinado, credenciado e capacitado em resgate de vítimas, primeiro socorros e respiração artificial. Deve haver cadeira de observação, telefone acessível, boia de salvamento e equipamentos de pronto-atendimento.
- Banheiros e vestiários (podendo ser externos e comuns a banhistas e pessoas de fora da área da piscina); corredor de banho e instalações de pronto-atendimento.
- Dispor de operador de piscina habilitado, treinado em curso para tratamento de água, operação de equipamentos, segurança, manutenção e afins.
- Quando o tanque estiver com uso suspenso (temporária ou definitivamente) deve dispor de lona, capa, redes ou similares, que assegurem a contenção de corpo, impedindo a imersão total no tanque e/ou sensores que informem a presença do corpo estranho na área interna do tanque. Não utilizar esses, quando tanque total ou parcial vazio. Neste caso, isole fisicamente e monitore a área.
- Manter o nível e volume de água dos reservatórios, conforme projeto.
- Não utilizar bronzeadores, já que eles ficam impregnados nas paredes e bordas da piscina e alteram a qualidade da água.
- Verificar e manter o pH da água conforme recomendação do manual, evitando assim o surgimento de algas, fungos e bactérias.
- Manter o adequado tratamento da água, de forma a preservar a qualidade e evitar o desperdício com a troca de água.
- Não utilizar produtos químicos que possam causar manchas no revestimento, no rejuntamento e danificar tubulações e equipamentos. Consulte sempre o manual.
- Orientar os usuários a não jogar resíduos ou partículas que possam danificar ou entupir o sistema de drenagem/filtragem.
- Orientar e garantir a utilização de equipamentos de segurança em crianças, como coletes e boias.
“O recomendável é procurar um profissional habilitado para executar uma inspeção predial e apontar as medidas necessárias em cada local do condomínio. E após essa medida, o gestor condominial precisa estar atento a todos os quesitos citados e realização da manutenção contínua”, finaliza a engenheira Rejane Berezovsky.
Sobre IBAPE SP
O INSTITUTO BRASILEIRO DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS DE ENGENHARIA DE SÃO PAULO – (IBAPE/SP) – Filiado ao IBAPE – Entidade Federativa Nacional – órgão de classe formado por Engenheiros, Arquitetos e Empresas habilitadas que atuam na área das AVALIAÇÕES, PERÍCIAS DE ENGENHARIA, INSPEÇÕES PREDIAIS E PERÍCIAS AMBIENTAIS no Estado de São Paulo, fundado em 15 de janeiro de 1979.
Trata-se de entidade sem fins lucrativos com o objetivo congregar tais profissionais para intercâmbio e difusão de informações e avanços técnicos. Defende, ainda, interesses profissionais e morais dos seus associados e visa o aprimoramento profissional nas áreas afetas, realizando cursos, seminários, work shops, palestras, reuniões técnicas, livros, artigos e normas.