Dezembro é Laranja para lembrar à população da importância de se prevenir contra o câncer de pele, o tumor maligno de maior incidência no país. A doença corresponde a 27% de todos os cânceres no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Somente em 2020, foram registrados 8,5 mil novos casos no país. “A prevenção é fundamental, sobretudo em se tratando do câncer de pele, pois, quando descoberto no início, a chance de cura é de 90%”, alerta a médica dermatologista Márcia Dib, do Austa Hospital.
Segundo ela, entre os principais sintomas que devem ser observados estão manchas, pintas ou lesões na pele que sangram com facilidade ou não cicatrizam, com textura, mudança de coloração e bordas irregulares, crescimento significativo.
O câncer é causado pelo crescimento anormal das células que compõem a pele. Existem diferentes tipos de tumores, que se manifestam de formas distintas, sendo os mais comuns o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular. Chamados de câncer não melanoma, eles apresentam altos percentuais de cura se diagnosticados e tratados precocemente. Um terceiro tipo, o melanoma, apesar de não ser o mais incidente (3% dos casos), é o mais agressivo e potencialmente letal, devido à grande possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos).
O melanoma pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. Nos indivíduos de pele negra, ele é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés.
A cirurgia é o tratamento mais indicado para a maioria dos casos de melanoma e tumores cutâneos que apresentam extensões bem delimitadas. É um procedimento considerado simples e que, caso as lesões sejam pequenas, pode ser feito em ambiente ambulatorial e apenas com anestesia local. “Em geral, a cirurgia é sempre a primeira opção de tratamento para cânceres cutâneos, uma vez que oferece altos índices de cura e pode ser empregada em casos de tumores recorrentes”, explica o cirurgião Guilherme Cucolichio, do Austa Hospital.
A radioterapia e a quimioterapia também podem ser utilizadas dependendo do estágio do câncer.
Quando,o câncer já se espalhou para outros órgãos (metástase), o melanoma é tratado com medicamentos. “Felizmente, houve grandes avanços no desenvolvimento de medicamentos, o que resulta em altas taxas de sucesso terapêutico”, afirma Dra. Márcia. O objetivo dos profissionais envolvidos no tratamento, salienta Dr. Guilherme, é sempre postergar a evolução da doença, oferecendo chance de sobrevida mais longa a pacientes que anteriormente tinham um prognóstico bastante reservado.
Há atitudes que a pessoa deve tomar para tentar evitar ao máximo a possibilidade de ter a doença. Segundo a dermatologista do Austa Hospital, a exposição prolongada e repetida ao sol (raios ultravioletas – UV), principalmente na infância e adolescência, é um dos principais fatores que ampliam o risco de ter câncer. “Pessoas com pele e olhos claros, cabelos ruivos ou loiros, os albinos e que têm história familiar ou pessoal de câncer de pele estão mais propensas a ter a doença”, salienta Dra. Márcia.
A prevenção, portanto, envolve evitar a exposição ao sol, sobretudo, das 10h às 16h, quando os raios ultravioletas são mais intensos. Mesmo em outros períodos do dia, recomenda-se procurar lugares com sombra, usar proteção adequada, como roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, sombrinhas e barracas. Aplicar na pele, antes de se expor ao sol, filtro (protetor) solar com fator de proteção 15, no mínimo, e usar filtro solar próprio para os lábios.