Domingo (29) é Dia Nacional de Combate ao Fumo

Vício é causa de 85% dos cânceres de pulmão no Brasil, onde 30 mil pessoas morrem por ano

Agosto é o mês que reúne duas datas que guardam relação de causa e efeito para a saúde das pessoas. Em 1º de agosto celebra-se o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Pulmão e, em 29 de agosto, o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Vício este responsável por cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão, o que mais mata no planeta, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade prevê que o número de mortes passe dos atuais 1 milhão e 800 mil para 3 milhões nos próximos 20 anos.

No Brasil, cerca de 30 mil morrem por ano vítimas de câncer de pulmão, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). É a primeira causa de morte por câncer entre homens e a segunda entre mulheres no país. A médica oncologista Amanda Laguna Cury, do Austa Hospital, chama a atenção para o fato de que as mortes, em sua grande maioria, são evitáveis. “Ao abandonar o cigarro, narguilé e outras formas de consumo de tabaco, a pessoa reduz a chance de ter câncer, além dos enormes benefícios em termos de qualidade de vida. Sabemos da dificuldade que é largar o vício, mas a pessoa pode contar com o apoio de equipe multiprofissional de saúde para ajudá-lo neste objetivo”, afirma a oncologista. O tabagismo é considerado pela OMS uma das maiores ameaças à saúde pública no mundo.

O câncer de pulmão é resultado de mutações que levam à doença em longo prazo, por danos causados por fatores de risco, com ênfase para o tabagismo.

Um dos fatores que torna o câncer de pulmão ainda mais grave é o diagnóstico tardio, situação que ocorre em 75% dos casos. Muitas vezes o fumante naturaliza os sintomas de tosse, pigarro e secreção, associando-os ao ato de fumar e subestima a possível evolução de um tumor.

“Esta realidade é dramática porque as chances de sucesso no tratamento aumentam quando a doença é diagnosticada em fase inicial”, ressalta Dra. Amanda. A oncologista apresenta levantamento da Sociedade Americana de Câncer, segundo a qual, quando a doença é descoberta ainda restrita ao pulmão, o paciente tem 60% de chance de estar vivo após cinco anos. A taxa de sobrevida em cinco anos cai para 33% quando a doença se espalhou para os linfonodos e, quando há metástase, a taxa é de apenas 6%.

Infelizmente, os primeiros sintomas da doença surgem já quando atinge estágios mais avançados. Os mais frequentes são tosse, escarro com sangue, falta de ar progressiva e emagrecimento.

Rastreamento do câncer de pulmão

A oncologista do Austa Hospital recomenda que fumantes atuais ( que fumam 30 maços/ano ) ou que pararam de fumar nos últimos 15 anos e tem entre 55 e 74 anos façam o rastreamento para detectar possível câncer.

O rastreamento é feito através de Tomografia de tórax com baixa dosagem de radiação anualmente.

Diagnóstico

O diagnóstico definitivo é feito através de biopsia do nódulo pulmonar visto em tomografia de tórax ou RX. Nos casos que já possuem metástase pode ser feito biopsia do local da metástase.

Tratamento do câncer de pulmão

Segundo a oncologista, o tratamento, no estágio inicial da doença, é realizado através da cirurgia e, a depender, muitas vezes seguido de quimioterapia. Nos casos mais avançados, porém sem metástase, são indicadas quimioterapia e radioterapia. “Pacientes que já possuem metástases, o tratamento consiste de quimioterapia, imunoterapia ou agentes alvo moleculares a depender das mutações encontradas no tumor”, completa Dra. Amanda. “O câncer de pulmão é uma das doenças oncológicas que mais mostra evidências de se beneficiar de terapias-alvo e de imunoterapias, tratamentos da era da medicina de precisão”, afirma a oncologista do Austa Hospital.

Dra. Amanda