A Fundação Faculdade Regional de Medicina – Funfarme – aderiu à campanha do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) “Sinal vermelho contra a violência doméstica”, que oferece orientações de como atuar em casos de vítimas que denunciam este tipo de agressão. O grande diferencial desta ação é que, agora, quem recebe o aviso dessas violações e transmite para a autoridade competente permanecerá completamente anônimo.
No dia 19 de novembro, a instituição, mantenedora dos Hospitais de Base (HB) e da Criança e Maternidade (HCM), recebeu a visita das Excelentíssimas Dra. Gislaine de Brito Faleiros Vendramini, juíza do Juizado Especial Cível de São José do Rio Preto e Dra. Carla Pitelli Paschoal D’Arbo, da Procuradoria Estadual, que marcou a adesão do complexo à campanha.
O projeto prevê que quando uma mulher chega a qualquer uma das unidades da Fundação com um “X” desenhado na mão, está fazendo uma denúncia silenciosa de que ela corre risco iminente de morte pelo companheiro ou familiar. Os profissionais da Fundação, desde a portaria, recepção, de exames laboratoriais e outros, que recebem estas possíveis vítimas, estão sendo treinados para lidar com estes casos, conduzindo a situação com discrição.
“O colaborador não é uma testemunha da agressão, mas um parceiro solidário da denúncia. Para não levantar suspeitas, o profissional é orientado a acolher a mulher, sem fazer muitas perguntas diante do agressor. Assim, de maneira reservada, quem estiver recebendo a denúncia irá anotar dados como telefone, nome e endereço da vítima e aguardar que eles saiam da instituição, se a vítima não quiser apoio imediato da autoridade policial. Só então, longe da situação, o colaborador entra em contato com o 190 para fazer a denúncia, passando todas as informações colhidas e ele não precisará acompanhar a polícia”, explica o coordenador do Departamento Jurídico da Fundação, o advogado Dr. Luiz Loraschi.
A campanha foi lançada nacionalmente em 10 de junho deste ano e já é aplicada em supermercados e farmácias e outros estabelecimentos no Brasil.
“Na região de Rio Preto, somos o primeiro complexo de saúde e hospitalar a aderir, além de sermos um dos primeiros no Estado de São Paulo. A gente sabe que aqui, as mulheres circulam com frequência, por diversos motivos e conseguimos, muitas vezes, atender esta possível vítima de maneira isolada do agressor. De acordo com Fórum Brasileiro de Segurança Pública, somente entre março e abril deste ano, o feminicídio cresceu 22% no país, principalmente por causa do confinamento da pandemia. Isso é muito grave e nós, enquanto profissionais da saúde, que lutamos pela vida, não podemos aceitar este cenário. Isto é um basta que a gente pode ajudar a dar nestas situações”, pontua a diretora do Hospital de Base e uma das idealizadoras do projeto na Fundação, Dra. Amália Tieco.