O Hemocentro de São José do Rio Preto, em parceria com a Prefeitura de Mirassol, realiza neste sábado (25), das 9h às 13h, uma ação especial de incentivo ao cadastro de doadores voluntários de medula óssea no Redome (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea).
A equipe estará na Praça Dr. Anísio José Moreira, mais conhecida como a Praça da Matriz, em Mirassol, realizando o cadastro digital e a coleta da amostra de sangue dos novos doadores.
A diretora técnica do Hemocentro de Rio Preto, Dra. Andrea Garcia, explica que o objetivo da ação é conseguir aumentar o número de doadores de medula óssea. “O objetivo maior é cadastrar mais voluntários de uma forma que seja mais fácil para eles. Nós vamos até o lugar onde eles estão. Temos uma diversidade genética importante na população, então quanto mais doadores maior a chance de achar a pessoa compatível com o paciente”, diz.
Dra. Andrea ressalta que o cadastro digital facilita, principalmente porque evita erros na hora de cadastrar as informações pessoais. “O doador fazendo ele mesmo o cadastro pelo aplicativo do Redome evita que haja erro de informação, como por exemplo, erro de localização, telefone, endereço, algo que possa prejudicar a comunicação com ele”.
Além de ampliar o número de voluntários no banco nacional, a ação foi inspirada pela mobilização em torno do jovem José Pedro da Silva, de 16 anos, diagnosticado com leucemia em agosto deste ano.
A campanha em busca de um doador compatível tem mobilizado familiares, amigos e a comunidade mirassolense.A irmã do adolescente, Amanda de Cássia Ribeiro, de 27 anos, conta que tudo começou com um sintoma inesperado.
“Descobrimos porque ele sentia uma pressão no peito quando fazia esforço físico. Achamos que fosse algo no coração, mas o exame de sangue mostrou alteração nos leucócitos. Depois veio o diagnóstico de leucemia”, relata.
Amanda, que já era doadora de sangue antes mesmo da doença do irmão, conta que a experiência reforçou a importância da doação.
“É muito importante. Eu sempre doava sangue, mas não sabia como funcionava o cadastro da medula. Agora entendo o quanto esse gesto pode salvar não só o José Pedro, mas muitas pessoas que esperam na fila”, diz.
A mobilização ganhou força nas redes sociais após uma publicação de Amanda. O movimento chamou a atenção do vice-diretor da escola onde José Pedro estuda, Rubens Ricardo Garcia Lopes, que entrou em contato com o Hemocentro de Rio Preto. Da conversa surgiu a ideia de levar o Hemocentro Itinerante a Mirassol.
“Como estamos precisando de doadores, pensamos: por que não trazer o Hemocentro até aqui? Entramos em contato e a equipe aceitou prontamente. A Prefeitura também está apoiando”, afirma.
O secretário Municipal de Saúde de Mirassol, Frank Hulder de Oliveira, ressalta que a Prefeitura está apoiando a mobilização. “A doação de medula óssea é um gesto de empatia e esperança que pode salvar vidas — e ações como essa reforçam o quanto a solidariedade da nossa comunidade faz diferença. É uma oportunidade de ajudar o jovem José Pedro e, ao mesmo tempo, ampliar a chance de muitos outros pacientes encontrarem um doador compatível.”
Sobre o Redome
Coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) e vinculado ao Ministério da Saúde, o Redome é o terceiro maior banco de doadores voluntários de medula óssea do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha — e o maior entre os de financiamento exclusivamente público.
Criado em 1993, o registro reúne cerca de 5,9 milhões de brasileiros cadastrados.O Redome conecta pacientes que precisam de transplante de medula óssea a doadores não aparentados. Em 2023, 366 transplantes foram viabilizados por meio do sistema.
Atualmente, a chance de encontrar um doador compatível no Brasil é de cerca de 90%.Além de atender à demanda nacional, o país também exporta material para outros países — mais de 800 doações já foram destinadas a pacientes no exterior.