O Mirassol Futebol Clube completa 95 anos de existência neste dia 09 de novembro de 2020, com uma história repleta de acontecimentos importantes e marcantes para o torcedor leonino. Nos últimos anos o Leão da Alta Araraquarense parece demonstrar um amadurecimento raro em times do interior, vive talvez o seu melhor e mais importante momento da história, disputando competições importantes e crescendo com uma estrutura de dar inveja em muitos times grandes.
Em 2020 o time entrou em campo para disputar mais uma temporada do Campeonato Paulista Série A1, a elite do futebol do Estado de São Paulo. Diferentemente das últimas participações, o Leão deu trabalho aos times grandes, eliminou o São Paulo nas quartas de final e jogou em pé de igualdade com o Corinthians nas semifinais, conseguiu fazer a melhor campanha da sua história e por pouco não chegou a ir para a final.
Na atual temporada o time joga a primeira fase do Campeonato Brasileiro Série D, ocupa a terceira posição do Grupo 7 com um dos melhores ataques e defesa da competição. Em 2021 vai disputar pela primeira vez a competição mais importante da sua história: a Copa do Brasil.
Por mais promissora que a história recente do Leão possa se mostrar, o time teve outros momentos de altos e baixos, são 95 anos de história resumidos modestamente logo abaixo. Confira:
O início de tudo
O ano era 1925, no dia 09 de novembro nascia o Mirassol Futebol Clube. Nos primeiros anos de fundação a equipe disputava jogos amistosos e torneios regionais, participando de uma competição da Federação Paulista de Futebol pela primeira vez no ano de 1951.
Após isso, Mirassol voltou ao amadorismo e somente sete anos depois, em 1960, o time voltou a disputar campeonatos profissionais, o Paulista da Terceira Divisão e no ano seguinte a segunda divisão, permanecendo quatro temporadas na disputa.
A fusão do Mirassol FC
Em 1964 o Leão da Araraquarense se fundiu com o Grêmio Recreação Esporte Cultura (GREC), outro time de Mirassol que disputava campeonatos da Federação Paulista de Futebol. A junção aconteceu porque na época o município não comportava duas equipes.
Com isso, o clube mudou o nome para Mirassol Atlético Clube, deixando as cores verde e amarela de lado para adotar a azul e branca. Durante a época, a equipe disputou o Campeonato Paulista da Segunda Divisão, entre 1965 e 1968, nos três anos seguintes interrompeu a participação profissional nos torneios estaduais e, em 1972, estava de volta no Campeonato da Segunda Divisão. Em 1975 sagrou-se campeão da Série B da Segunda Divisão Estadual. Após essa conquista, o clube permaneceu inativo por falta de recursos.
O retorno do Mirassol FC
Após sete anos inativo, o time retornou em 1982, voltando a utilizar o nome original, Mirassol Futebol Clube, e novamente com o uniforme nas cores verde e amarela. A equipe disputou, até 1985, o Campeonato Paulista da Terceira Divisão, ano em que conquistou o vice-campeonato, obtendo o acesso para a Segunda Divisão.
Foi campeão da segunda divisão na repescagem em 1987 e partir de então, passou a disputar o Campeonato Paulista Série Especial. No ano 1993 o Mirassol caía novamente a Segunda Divisão.
Em 1997 o time foi campeão do Paulista Série A-3, conquistando pela primeira vez o acesso a série A-2. Faltava então, só mais um passo para a elite do futebol paulista. No mesmo ano do acesso a A-2, o Mirassol revelou o zagueiro Dininho, que viria a fazer uma carreira de vitória em clubes como Palmeiras e São Caetano.
No primeiro ano na série A-2, o Leão lutou contra o rebaixamento e terminou o campeonato em 12º lugar entre os 16 participantes. Em 1999 e 2000 o Mirassol por pouco não conseguiu o acesso á série A-1, chegando as finais nos dois anos.
Em 2003 o clube é rebaixado e volta à terceira divisão, mesmo depois de ter gastado muito dinheiro. A troca de treinadores e de jogadores resultou na queda do rendimento da equipe. No ano seguinte o clube volta à série A-2 com o vice-campeonato da A-3.
Em 2005, novamente o Mirassol deixou escapar o acesso à primeira divisão, ficando em quinto lugar. Precisando de uma vitória na última rodada, o Leão apenas empatou com o Bandeirante de Birigui.
Em 2007, finalmente o clube chegou a elite do futebol paulista, terminou a série A-2 em terceiro lugar e pela primeira vez em sua história disputaria a primeira divisão do campeonato paulista.
Em 2008 ficou em oitavo lugar e em 2009 em sétimo. Em 2010 a equipe escapou do rebaixamento apenas na última rodada. Em 2011 o Mirassol fez sua melhor campanha na série A-1, liderou a competição por algumas rodadas, terminou na sétima posição se classificando para as quartas de finais do campeonato, onde foi eliminado pelo Palmeiras no Pacaembu por 2×1. Em 2012 a equipe ficou em nono lugar e garantiu uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro, onde não fez uma campanha tão brilhante.
Em 2013 fez uma campanha muito abaixo do esperado, sendo rebaixado ao final do Paulistão daquele ano. O destaque daquela temporada foi a épica goleada sobre o Palmeiras por 6×2 ainda na primeira fase da competição. O time da capital não vivia um momento bom e o Leão acabou agravando ainda mais a crise do alviverde paulista.
Com o rebaixamento, o Mirassol retornou à Série A2 onde permaneceu por três temporadas, 2014, 2015 e 2016, na excelente campanha do ano passado conseguiu conquistar a acesso novamente.
Desde 2017 na Série A1, em 2020 o Leão fez a sua melhor campanha da história no Paulistão. Teve um bom aproveitamento na fase de grupos e se classificou para as quartas, onde eliminou o São Paulo em pleno Morumbi por 3 a 2. Nas semifinais, apesar de jogar de igual para igual com o Corinthians, acabou sendo eliminado na Arena Corinthians. A campanha rendeu ao clube uma vaga na Copa do Brasil 2021.
Neste ano o Mirassol também fez a sua melhor campanha na Copa São Paulo de Futebol Júnior, teve inclusive o artilheiro e melhor atleta da competição: o atacante Felipe Micael, negociado com o futebol belga no começo do ano por 500 mil euros.
Novo Centro de Treinamento
Recentemente o Leão inaugurou um dos mais modernos CTs do interior paulista. Construído próximo à rodovia Euclides da Cunha, o espaço conta com quatro campos de futebol, academia, alojamento, refeitório entre outros benefícios para os atletas.