
No próximo dia 28 de agosto, a cidade de Mirassol será palco de duas importantes ações da campanha Agosto Lilás, iniciativa de mobilização nacional dedicada ao enfrentamento da violência contra a mulher. As atividades têm como objetivo conscientizar a população, fortalecer a rede de apoio e promover o debate sobre o tema no âmbito local.
A programação inclui dois encontros abertos ao público. O primeiro será realizado às 9h, na Paróquia Santa Rita de Cássia, localizada na Rua dos Fleury, 3370, no Jardim Santa Rita. Já o segundo acontece às 14h, no Clube da Terceira Idade, situado na Avenida Alfredo Aleixo Alves, 2773, no Loteamento São Bernardo.
As ações contarão com a participação especial da Casa da Maria desAparecida, projeto que atua no acolhimento, orientação e denúncia de casos de violência doméstica. A iniciativa busca sensibilizar a comunidade e ampliar o acesso das mulheres aos serviços de proteção disponíveis no município.
Para quem deseja participar ou obter mais informações sobre os serviços de proteção à mulher em Mirassol, os encontros no dia 28 serão uma oportunidade de diálogo, escuta e orientação, além de fortalecer o compromisso coletivo com o fim da violência doméstica.

Agosto Lilás reforça enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil
A campanha Agosto Lilás é promovida nacionalmente desde 2016 e reforça a importância da Lei Maria da Penha, considerada um marco no combate à violência de gênero no Brasil. Em Mirassol, o engajamento da sociedade civil e de entidades como a Casa da Maria desAparecida tem sido fundamental para ampliar o alcance das ações de prevenção e apoio.
Segundo a pesquisadora do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Corina Mendes, “a Lei Maria da Penha tem por objetivo criar mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher”, abrangendo desde agressões físicas até danos psicológicos e morais.
Apesar dos avanços, desafios persistem, especialmente diante das altas taxas de feminicídio, que chegaram a 1.492 casos no Brasil em 2024, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025 (ABSP) . A subnotificação ainda é um problema crítico:
“Grande parte das violências contra mulheres e meninas ocorrem no âmbito familiar e doméstico, sendo os autores pessoas que deveriam proteger e com as quais elas têm vínculos de afeto e, muitas vezes, dependência emocional e financeira”, alerta Corina. Ela destaca sinais de atenção que familiares, amigos e profissionais de saúde devem observar, como isolamento social, mudanças na autoestima, medo de contato físico e necessidade de autorização para decisões cotidianas.
Além da altas taxas de feminicídio, em 2024, o Brasil registrou 87.545 estupros, o maior número da história, conforme o ABSP. Os dados mostram que a violência de gênero atinge de forma desproporcional meninas, mulheres negras e aquelas em situação de vulnerabilidade, em grande parte dentro do próprio lar: 80% dos feminicídios foram cometidos por companheiros ou ex-companheiros e 64% das vítimas eram negras.
Outras formas de violência também apresentaram crescimento, como o stalking: 18,2%, (refere-se a uma conduta de perseguição persistente e obsessiva, que pode ocorrer tanto no mundo físico quanto no virtual; é um crime que envolve a invasão da privacidade e a perturbação da liberdade de uma pessoa, causando-lhe medo, ansiedade e prejuízos à sua saúde mental); e a violência psicológica (6,3%), evidenciando que a violência contra as mulheres no Brasil segue um padrão estrutural e persistente.
Entre janeiro e julho de 2025, a Central de Atendimento à Mulher “Ligue 180” recebeu 86 mil denúncias, quase metade envolvendo parceiros ou ex-parceiros, com predominância da violência física (41,4%) e psicológica (27,9%).
Serviço:
Programação do Agosto Lilás em Mirassol:
- 9h: Paróquia Santa Rita de Cássia – Rua dos Fleury, 3370, Jardim Santa Rita
- 14h: Clube da Terceira Idade – Avenida Alfredo Aleixo Alves, 2773, Loteamento São Bernardo
