Um morador do bairro Cohab 3, que prefere não se identificar, entrou em contato com o Mirassol Conectada denunciando que encontrou dois gatos mortos na rua onde mora, com sinais de envenenamento. O primeiro caso, de uma gata fêmea que tinha acabado de ter filhotes, aconteceu na segunda semana de novembro.
Órfãos, os gatinhos agora estão temporariamente sob os cuidados de uma pessoa e estão disponíveis para adoção. Quem tiver interesse na adoção pode entrar em contato pelo WhatsApp 17 98161-3188 clicando aqui.
O segundo caso aconteceu na última segunda-feira, 22, um gato que vivia nas redondezas e era alimentado pelos moradores locais também apareceu morto, aparentemente envenenado. Outros moradores do bairro também relataram casos semelhantes ocorridos nos últimos meses.
O envenenamento de animais, além de um ato covarde, é criminoso e o responsável pode ser enquadrado no crime de Crueldade contra Animais e na Lei de Crimes Ambientais, podendo ser multado e até ir para a prisão.
Caso seja identificado, o autor pode ser encaixado na Lei Federal nº 9.605/98, que dispõe que “Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos” é passível de detenção e multa.
Neste ano, o crime se tornou mais grave, aumentando de 4 para 16 anos a pena pela prática de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais. O crime também se tornou inafiançável e a pena é em dobro caso o agente seja proprietário do animal.
Qualquer um pode denunciar maus-tratos registrando um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia.
O que fazer quando notar que um animal pode ter sido envenenado
O Mirassol Conectada conversou com a médica veterinária Jessica Elias, que explicou que os principais sinais de envenenamento são: salivação excessiva, vômito, diarreia, dor abdominal, dificuldade para respirar, convulsões, dificuldade para andar (cambalear), perda de consciência, alterações motoras, sonolência, apatia e desorientação.
Nesses casos, a indicação da profissional é que a pessoa procure uma clínica de pronto atendimento imediatamente, já que a falta de atendimento médico pode gerar consequências e até mesmo óbito.
Algumas atitudes também podem ser tomadas pelo tutor para retardar o efeito do veneno, como oferecer carvão ativado, porém a veterinária ressalta que ele por si só não salva, apenas diminui a absorção de toxinas, dando mais tempo para que o animal possa receber o tratamento adequado.
“Estar atento aos primeiros sinais pode fazer a diferença na hora de salvar o animal. Pode ser feito primeiros-socorros quando houver suspeita que seu pet tenha sido envenenado, a primeira atitude que muitos tutores tem é de tentar induzir o vômito, mas isso não é recomendado, pois no caso de substâncias corrosivas, a indução do vômito aumenta o risco de lesões. Não tente oferecer água ou alimento ao pet”, explica Jessica.
A profissional também explica que há quem acredite que o leite pode contribuir para diminuir sintomas de envenenamento, porém isso não é verdade. “Então, lembre-se: não tente receitas caseiras! Algumas substâncias podem, inclusive, aumentar os efeitos do veneno, em vez de inibi-los. O ideal é procurar um médico veterinário para atendimento imediato”, finaliza.