A falta de espaços voltados para entretenimento e lazer em Mirassol tem gerado dor de cabeça em quem mora nos loteamentos recém-construídos da cidade. Com poucas opções voltadas para diversão no município (todas as que existem são privadas) muitos jovens estão optando por ocupar esses espaços, que tem um baixo número de moradores, já que a maioria dos lotes ainda estão em processo de construção. Os famosos “luais urbanos” são conhecidos entre os mais jovens e acontecem normalmente em locais afastados, que oferecem mais liberdade para conversas e som mais alto.
O problema é que muitos desses loteamentos como o Parque dos Ypês I e II, Jardim Imperial e Mais Parque (todos bairros recém-construídos) já possuem moradores e eles não estão nada felizes com o que anda ficando para trás depois das festas que ocorrem com frequência aos finais de semana. Além do som alto que incomoda o sono durante à noite, no outro dia os moradores precisam se virar para recolher o lixo deixado: garrafas quebradas, bitucas de cigarro, restos de objetos queimados e papelão são os mais comuns.
Rosani de Oliveira Prado, 35 anos, mudou-se para o residencial Mais Parque em outubro de 2017 e desde então se depara com essa situação. Em apenas um dia ela recolheu oito sacos de lixo na praça principal do bairro. Nas últimas semanas os moradores recolheram todo o lixo registrado na foto acima. ”Os frequentadores queimam coisas nas calçadas, quebram garrafas e joga todo tipo de lixo fora das lixeiras: embalagens de comida de todos os tipos, garrafas, copos”, conta.
Uma das brincadeiras praticadas no local também tem deixado o gramado ressecado, por se tratar de uma área íngreme algumas pessoas utilizam um pedaço de papelão para escorregar repetidas vezes, o papel se deteriora e os restos ficam jogados no lugar.
Praça principal do Mais Parque também atrai pessoas aos finais de semana
A praça principal atrai moradores de todos os bairros de Mirassol pelas opções variadas de lazer que oferece. O gramado verde é ideal para reuniões familiares e entre amigos. Os diversos bancos espalhados atraem casais de todas as idades, o parque infantil diverte a criançada e as quadras de basquete, futebol, futsal e vôlei de areia chamam a atenção dos atletas. Por conta disso, aos finais de semana durante o dia o local também é bastante visitado.
A nossa equipe perguntou para Rosani sobre a existência de lixeiras no local e ela explicou que existe, mas que às vezes elas chegam a transbordar e o lixo fica jogado próximo, mas não dentro. Uma das alternativas sugeridas por ela é a implantação de lixeiras seletoras aliada a campanhas de conscientização. “Acredito que se implantasse aquelas lixeiras seletoras de recicláveis e fizesse uma campanha para conscientização melhoraria”, opina ela.
Inspirados em um dos bairros da vizinha Rio Preto – o Quinta do Golf, os moradores contam que irão sugerir a criação de uma lei para proibir o estacionamento de veículos aos arredores da avenida das 22 às 6 horas da manhã, evitando assim bagunça à noite.
Terrenos baldios, mato alto, queimadas e animais peçonhentos
Por se tratar de um bairro novo, outro problema no local está sendo a grande quantidade de terrenos baldios e lotes vagos. O mato alto e o descarte de entulho de obras nessas áreas está favorecendo o aparecimento de animais peçonhentos: cobra, aranha e escorpiões já foram encontrados pela população.
“Também tem outro caso – as queimadas, o povo coloca fogo à noite e foge e ele se alastra, precisando chamar os bombeiros para apagar pra não chegar nas casas. Sem contar a fumaça que é sufocante prejudica nossa respiração”.