A manhã desta quarta-feira, dia 18, foi muito especial para a paciente Geane Agnne Prado Souza. Ela pode tocar o sino da vitória após o término da última sessão de quimioterapia contra um câncer na medula óssea. Acompanhada da família, e bastante emocionada, a paciente agradeceu todos os colaboradores do Hospital de Base. Esta é a segunda grande vitória de Geane em intervalo de um ano. Além de vencer o câncer, ela também travou uma luta intensa contra o coronavírus e também venceu.
Em agosto do ano passado, logo após ser diagnosticada com mieloma múltiplo, Geane foi informada que precisaria fazer tratamento contra o câncer de medula e, dias depois, ela contraiu Covid-19.
“Em sete dias descobri que estava com câncer, contrai o coronavírus e internei. Fui para UTI, precisei ser intubada, tive embolia pulmonar, sofri uma parada cardíaca, pneumonia bacteriana, meus rins paralisaram e arritmia grave. Mas me recuperei e deixei o hospital com movimentos totalmente debilitados. Precisava de auxílio para afazeres simples, como me alimentar, por exemplo. Mal conseguia levar a mão no rosto” explica.
“Profissionais da ala covid, disseram que eu fui o verdadeiro milagre” complementa a paciente.
Aos poucos Geane se recuperou da primeira intensa batalha por sua vida. A paciente começou a reabilitação no Lucy Montoro e, ao mesmo tempo, iniciou a nova luta, desta vez contra o câncer. Mesmo antes de ser diagnosticada, Geana participava de ações voluntárias no Instituto do Câncer (ICA) do Ambulatório Geral e de Especialidades do Hospital de Base. “Participo de ações há mais de cinco anos. Quando eu estava me recuperava da Covid, ainda sim tentava ajudar como podia. Às vezes encaminhando uma doação ou entrando em contato com outros voluntários”, afirma.
De outubro de 2020 até fevereiro deste ano, o tratamento de quimioterapia foi via oral, depois o tratamento foi realizado no hospital. “Nos últimos seis meses foram 21 sessões de quimioterapia. Terminei hoje mais uma batalha e venci mais uma luta. No dia 18 de agosto de 2020 eu estava internando com Covid-19 e hoje, um ano depois, no dia 18 agosto finalizei minha quimioterapia, minha segunda grande vitória”, disse.
Ao deixar pela última vez o leito da quimioterapia Geane recebeu um abraço coletivo dos três filhos Vanderley, Gustavo e Priscila. A emoção tomou conta de todos. E, às 9h56, o som do sino da vitória preencheu toda a sala da quimioterapia. Motivo de alegria para família de Geane e esperança para os outros pacientes ainda em tratamento.
Embora o marido Joaquim não estava presente no momento da alta, ele foi muito bem representado. “Meu esposo não pode vir por conta do trabalho e tinha comentado que queria estar no momento da minha alta. Então pedi para meu filho vir me buscar com carro que é o xodó do Joaquim. Ele tem um carinho muito grande por este veículo. Então, ele não estava presente, mas muito bem representado” brinca Geane.
No vidro traseiro, estava a escrita ‘Quem me guarda não dorme nunca! Última quimioterapia. Louvado seja Deus’. E foi assim, com a família reunida que Geane deixou o Complexo. Agora ela volta para casa de cabeça erguida, fé no coração e na esperança de dias felizes ao lado de quem ela ama.