Investigadores da polícia civil de Mirassol esclareceram nesta quarta-feira (13) que o morador em situação de rua encontrado queimado e sem vida dentro da antiga Santa Casa no último domingo (10) foi na verdade assassinado. Inicialmente, os policiais chegaram a trabalhar com a hipótese do homem ter passado mal e se acidentado com fogo, mas um dos depoimentos ouvidos indicou que a vítima não estava sozinha na noite anterior ao crime, mudando os rumos da investigação.
A equipe de investigadores, formada por Nelson Freitas, Wander de Melo e Fabiano Gonçalves foi em busca do homem apontado pelo depoente, um outro morador de rua conhecido como Índio, que foi localizado na manhã desta quarta. Durante a abordagem ele negou o crime, porém apresentava nervosismo e tinha uma queimadura em uma das mãos. Questionado sobre o ferimento ele não soube explicar a origem e acabou confessando que colocou fogo no homem após um desentendimento por causa de drogas.
“Ele confessou que tinha dormido no prédio da antiga Santa Casa de sábado para domingo, que estava com entorpecentes e dinheiro no bolso e que na hora que acordou estava sem nada. Ele viu que a vítima estava usando entorpecentes e deduziu que provavelmente os mesmos tinham sido furtados dele, por isso iniciou uma discussão por volta das 9 horas. O Índio então saiu do local, foi até um posto de combustível e comprou R$ 2 de etanol. Ele retornou ao local com o álcool na mão a princípio para cozinhar e na hora que estavam cozinhando eles se desentenderam de novo, ele então jogou álcool no rapaz, riscou o isqueiro e jogou, momento em que respingou álcool em sua mão, originando a queimadura. A quantidade de álcool não era muita, acontece que a vítima estava com uma jaqueta de tactel, de nylon e na hora que pegou fogo o material grudou no corpo e no rosto e ele inalou a fumaça. Ele morreu em virtude disso, dessa forma esclarecemos o homicídio”, explica o investigador Nelson.
O autor do crime foi conduzido até a delegacia policial, onde foi ouvido pelo delegado responsável pelo caso Dr. Marcelo Barozzi, que solicitou a prisão temporária do homem por crime hediondo.
De acordo com informações publicadas pelo jornal CBN de São José do Rio Preto, a vítima é Valdecir Carneiro, de 51 anos e o autor do crime Elias Rodrigo Fernandes, de 38 anos. Ainda segundo o jornal, após a confissão, os policiais civis retornaram na cena do crime e encontraram o recipiente descrito pelo homem, que foi utilizado para armazenar o álcool.