A Polícia Civil deve instaurar um inquérito ainda nesta semana para investigar um crime registrado como ameaça e homicídio simples, que aconteceu na madrugada do último sábado, 15 de janeiro, em Mirassol. Na ocasião, R.B.S., de 30 anos, foi morto a tiros pelo policial aposentado J.L.F, de 45 anos.
De acordo com boletim de ocorrência, registrado na Delegacia de Polícia da cidade, o autor dos disparos se apresentou espontaneamente ao plantão policial e alegou que efetuou os tiros em legítima defesa. A versão é contestada pela família da vítima, a mãe de R. deve prestar depoimento na sexta-feira (21) e afirmou que irá conversar com a imprensa posteriormente.
O desentendimento teria começado após R. ter ido até a casa de sua vizinha V.T.C, de 27 anos, com uma faca na mão e bastante exaltado, e iniciar uma discussão. A moradora então ligou para o namorado que não estava na cidade e por isso mandou o seu pai, J.F.L., para verificar o que estava acontecendo. No local, J. alegou em depoimento que foi ameaçado com uma faca e acabou efetuando os disparos em sua defesa, pois R. estava agressivo.
O autor dos disparos acionou a Polícia Militar e o resgate, mas R. não resistiu e acabou morrendo na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mirassol. Posteriormente, o policial aposentado se apresentou na Delegacia de Polícia do município.
O delegado que estava de plantão durante a ocorrência não lavrou a prisão em flagrante porque J.F.L. e as testemunhas ouvidas em depoimento indicaram que os tiros ocorreram em legítima defesa. A arma do crime, bem como as munições e a faca que estava em posse de R., foram apreendidas pela Polícia Militar e apresentadas no plantão policial.
“Ainda com relação à legitima defesa, que parece ser o caso em questão, é causa de exclusão da ilicitude, conforme consta no artigo 23, inciso II do Código Penal. Pelas razões expostas, deixou a autoridade Policial de lavrar a Prisão em Flagrante em desfavor do autor, cujos fatos serão melhor e totalmente apurados no decorrer do Inquérito Policial a ser instaurado mediante portaria, pela Delegacia de Mirassol, ocasião em que serão expedidos os laudos do local do fato e necroscópico da vítima, que será colhido o depoimento da genitora da vítima, dentre outras diligências que a Autoridade Policial que presidir o Inquérito Policial, entender necessárias ao esclarecimento dos fatos”, diz outro trecho do boletim de ocorrência.
A equipe do Mirassol Conectada conversou com a irmã de R., que mora no estado do Paraná e veio para a cidade para acompanhar os trâmites da investigação. Ela explicou que a mãe está acamada devido a um acidente que sofreu na última semana e por isso ainda não prestou depoimento. Ela informou que assim que a mãe for ouvida pela polícia a família irá emitir uma nota oficial à imprensa.
O corpo de R. foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), que deverá definir a causa da morte. O Instituo de Criminalística foi até o local do crime para realização de exame pericial.