Policiais de Mirassol realizaram na tarde deste domingo, 30 de agosto, a prisão do padrasto E.J.S pelo crime de estupro de vulnerável praticado contra a enteada, de apenas 8 anos de idade. O autor chegou a ser detido pela PM ontem (29), após a mãe da vítima denunciar o caso às autoridades, mas acabou sendo solto mesmo após confessar o crime, pelo fato de não se tratar de flagrante delito e do delegado de plantão não estar presente na Delegacia no momento.
A situação revoltou familiares e moradores, que no início da tarde de hoje organizaram um protesto pacífico em frente à Delegacia, pedindo mais atenção das autoridades para o caso, pois temiam que o autor do crime fugisse para longe antes de ser preso. Com cartazes em mãos, os participantes pediam para “deixarem nossas crianças em paz” e por “justiça”.
De acordo com o setor de investigação da delegacia de polícia, o delegado Dr. Mauro Truzzi compareceu ao local nesta tarde, acionou a promotoria e o juiz da infância e juventude de Mirassol, solicitando o mandado de prisão do autor e conseguindo.
Após a informação sobre o paradeiro do acusado, uma operação da Polícia Militar foi montada sob o comando do CGP (Comando de Grupo Patrulha), sendo efetuada a prisão do homem por cerca de seis policiais militares. Ele estava na casa da irmã, no bairro Alvorada e não apresentou resistência.
O crime de estupro de vulnerável – “ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos tem a Pena de – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos”.
Entenda o caso:
A ocorrência foi registrada na tarde de ontem, sábado, 29 de agosto, na Delegacia de Polícia de Mirassol. O crime estava acontecendo dentro da própria casa da vítima, uma menina de oito anos de idade que vinha sendo estuprada pelo padrasto, de 31 anos, há pelo menos quatro meses e foi descoberto pela mãe da criança.
De acordo com o depoimento prestado pela mulher, na madrugada de sexta para sábado ela pegou o celular do companheiro, com quem convivia há quatro anos e tem outros dois filhos – uma menina de dois anos e um menino de três meses – e passando pela galeria de fotos encontrou vários vídeos de relações sexuais entre ela e o convivente, que foram feitos sem o seu consentimento. Diante disso, ela passou a ver todo o conteúdo do celular, encontrando uma foto de “sexo oral” e notando pelo tamanho das mãos que se tratava de sua filha.
Sem chão, a mulher foi conversar com a criança, que a princípio negou ser a pessoa da foto, porém ela conseguiu ganhar a confiança da menina, que depois falou que era ela e o padrasto. Após a confirmação, a mulher colocou o celular no lugar onde havia pegado para que o homem não desconfiasse de nada e entrou em contato com uma amiga, que é madrinha da vítima e que lhe ajudou a prosseguir com a denúncia.
Pela manhã, a criança foi levada para a casa de familiares e a polícia militar foi acionada para atender a ocorrência. A denunciante mostrou a foto que havia encontrado para os policiais, relatando ter tomado conhecimento do estupro durante a madrugada.
O homem estava no local no momento da chegada dos policiais e confessou o crime, afirmando que os atos começaram a acontecer desde o mês de abril, narrando de forma que desse a entender que a criança tivesse “procurado por ele”. Após o ocorrido, todos se dirigiram à delegacia para serem ouvidos, o Conselho Tutelar também foi acionado.
Em depoimento na delegacia, o padrasto confessou que cometia os estupros constantemente, “achando que começou em abril, pois a criança lhe procurava”. Ele confessou que os estupros aconteciam dentro da própria casa, enquanto a mãe estava na cozinha ou tomando banho. Questionado nesse primeiro depoimento ele não soube dizer quantas vezes os estupros aconteceram e que acha que a mãe não tinha conhecimento dos abusos, “mas sabia que a filha dela vivia atrás dele”, culpando a vítima.
A criança estava presente não foi ouvida devido à proibição por ser menor de idade e por se tratar de crime de estupro de vulnerável. A vítima foi encaminhada para o Hospital da Criança e Maternidade, onde passou por exames.
Informações do 1º Ten PM Vander Pavan, Subcomandante da 1ª Companhia de Mirassol