Um adolescente de 17 anos foi a peça chave para a Polícia Civil desvendar o desaparecimento e a morte de Ronald Calabretti, de 36 anos. Em uma ação conjunta, investigadores de Mirassol e de Tanabi, juntamente com a Polícia Militar, conseguiram chegar a três envolvidos no crime. Eles foram localizados e ouvidos da Delegacia de Tanabi na tarde da última segunda-feira, 21, e em depoimento, que se prolongou até à noite, confessaram que espancaram o homem até a morte após um desentendimento.
Ronald saiu de casa no dia 10 de janeiro, uma quinta-feira à noite, ele estava de bermuda e chinelo e depois disso não foi mais visto. A família, estranhando o sumiço tentou entrar em contato com ele pelo celular, mas o número estava caindo direto na caixa postal. Três dias depois, no dia 13 de janeiro, um domingo, os policiais localizaram o carro de Ronnie (como era conhecido pelos mais próximos), o veículo estava nas proximidades de onde o corpo foi encontrado, totalmente queimado e sem as placas, que estavam abandonadas a poucos metros dali.
Para se aprofundar no caso, a Polícia Civil de Mirassol iniciou uma linha de investigação juntamente com o irmão da vítima, monitorando suas redes sociais. Acessando o Facebook, eles verificaram que a conta de Ronald foi movimentada no dia 11 de janeiro, quando ele já estava desaparecido. Nessa movimentação, todas as conversas com um perfil que estava entre os amigos da vítima foram deletadas e posteriormente a amizade com esse perfil foi excluída. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Dr. José Francisco de Mattos Neto, o autor fez isso no intuito de criar um álibi para não ser relacionado com o crime.
Após essa descoberta, policiais de Tanabi e Mirassol foram até a casa do adolescente apontado pela investigação, que morava nas proximidades de onde o corpo foi desovado. Já no local, durante conversa com o mesmo na presença de sua mãe, ele confessou ter praticado o delito. Posteriormente ele indicou onde estava o corpo da vítima e os outros dois autores, maiores de idade, que foram localizados e conduzidos até a Delegacia.
Em um córrego em Ibiporanga, distrito de Tanabi, os policiais encontraram o corpo de Ronald, ele estava com os pés e as mãos amarrados com as partes do cinto de segurança do carro. O Instituto Médico Legal – IML – de São José do Rio Preto, deve constatar a causa da morte, o laudo deve sair em 30 dias. Equipes da Polícia Militar e o Helicóptero Águia da PM participaram da ação.
Os três jovens contaram ao delegado que na noite em que tudo aconteceu houve um desentendimento por motivos sexuais. Segundo a versão dos autores do crime, Ronald teria sugerido uma relação com o adolescente, o que desagradou os outros dois que entenderam a situação como um abuso sexual. Nesse momento eles começaram a agredir o homem e as agressões foram se agravando até a vítima morrer. Depois disso, os envolvidos teriam colocado o corpo no porta-malas do carro e seguido para a região rural de Ibiporanga, encontraram o córrego que fica próximo ao rio Preto e o despacharam. Tudo aconteceu na madrugada de quinta para sexta-feira, 11.
O delegado está trabalhando com a hipótese de latrocínio ou homicídio qualificado, a definição legal deve ser dada de forma definitiva pela justiça, assim que o caso for concluído. Por não se tratar de flagrante, os autores confessos do crime foram ouvidos, passaram por exame de corpo delito na Santa Casa da cidade e posteriormente foram soltos. Eles devem responder pelo crime em liberdade até a justiça decidir se acata ou não o pedido de prisão preventiva dos maiores e a apreensão do menor, solicitadas pelo Dr. Mattos.
O celular e a capa da frente do som automotivo do carro foram subtraídos, o celular ainda não foi localizado e segundo informações prestadas em depoimento, ele foi vendido para um morador de Palestina.
O velório de Ronald Calabretti foi realizado na Capelas Prever, em Mirassol. Seu sepultamento aconteceu às 13 horas desta terça-feira, 22 de janeiro, no cemitério municipal.
Leia também: Adolescente confessa ter matado mirassolense que estava desaparecido
