O Governador João Doria anunciou nesta quinta-feira (12) a ampliação das medidas de enfrentamento ao novo coronavírus em todas as regiões do estado de São Paulo. A principal delas é a reserva de mil novos leitos de UTI para o atendimento a casos do COVID-19. Doria disse que não há razão para pânico e reforçou a importância da campanha de comunicação e prevenção para evitar o alastramento da doença.
“É o que denominamos de rede de enfrentamento contra o vírus. São novas medidas de prevenção e medidas incrementais, como mais leitos, medicamentos, equipamentos e profissionais de saúde. Mais mil leitos de UTI serão disponibilizados no estado de São Paulo. Outra recomendação é aumentar os cuidados especiais com as pessoas de 60 anos”, afirmou Doria. “Neste momento, no dia 12 de março, não há nenhuma razão para pânico ou medidas extremadas no estado de São Paulo em razão do coronavírus”, acrescentou.
Doria concedeu entrevista ao lado do Prefeito de São Paulo, Bruno Covas, o Secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann Ferreira, e o Coordenador do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo, o médico infectologista David Uip. São 46 casos confirmados da doença no Estado: 44 na capital, um em Ferraz de Vasconcelos e um em Santana de Parnaíba – ambas cidades da Grande São Paulo.
No momento, a prioridade é garantir atendimento a pessoas mais suscetíveis ao quadro grave do coronavírus: pessoas com idade a partir de 60 anos, portadores de doenças crônicas graves e imunodeprimidos, como pacientes que passam por quimioterapia. A meta é que os serviços de Saúde das redes pública e privada estejam preparados para atender e orientar todos os pacientes com rapidez, segurança e qualidade.
O Governador também negou a necessidade imediata de medidas mais drásticas, como a suspensão de atividades em repartições públicas e escolas. Todos os eventos culturais, esportivos e religiosos que reúnem grande público estão mantidos tanto na capital como nas demais regiões do Estado.
“Não é uma decisão de ordem política, o instinto de um governador ou uma medida de ordem administrativa. É de ordem sanitária e de saúde pública. Com o devido cuidado para não levar pânico para a população e nem antecipar processos [de isolar toda a população], porque os efeitos são extremamente nocivos para a vida das pessoas e a economia de uma região ou país. Temos que tratar disso com bom senso, equilíbrio e avaliações diárias”, disse Doria. “Não é razoável paralisar, de maneira precipitada, um Estado com quase 46 milhões de habitantes”, completou o Governador.
O Coordenador do Centro de Contingência do coronavírus corroborou a decisão do Governo do Estado e reforçou a recomendação de cuidados diários para evitar o alastramento do coronavírus. “Não tem sentido você fechar o Estado de São Paulo porque há 46 casos confirmados. Mas essa é a decisão para o dia 12 de março”, acrescentou.
Protocolo de assistência
Na terça (17), o Centro de Contingência vai reunir diretores regionais de Saúde e de 100 hospitais da rede estadual para indicar os protocolos clínicos de atendimento a casos suspeitos ou confirmados. A meta é uniformizar os serviços e definir critérios para internação de pacientes com coronavírus nos leitos de UTI, inclusive na rede privada.
Monitoramento digital
Até o final de março, o Governo de São Paulo deve lançar um aplicativo para monitoramento digital de pacientes suspeitos ou confirmados com recomendação em isolamento domiciliar. O serviço será complementado por Telemedicina para avaliação por médicos nos casos necessários.
O objetivo é dar suporte especializado para quem deve permanecer em casa, evitando deslocamentos desnecessários a serviços de saúde e, consequentemente, a propagação do vírus. O serviço vai garantir o sigilo e a segurança do paciente, com encaminhamento adequado dos casos agravados.
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